Cartão perfurado

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Em 1804, o francês Joseph Marie Jacquard inventou uma máquina de tear que trançava o tecido de acordo com uma programação que era fornecida através de furos num cartão. A invenção de Jacquard revolucionou a indústria de tecidos e em 1806, ela foi declarada propriedade pública. Jacquard foi recompensado com royalties por cada máquina que fosse construída.

Charles Babbage foi um talentoso matemático nascido em 1791. Ficou frustado em apenas corrigir os erros que encontrava nas tabelas de logaritmos e decidiu construir uma máquina que eliminasse o trabalho dos cálculos.

Em 1822, ele apresentou à Sociedade Real de Astronomia o primeiro modelo de uma máquina de “diferença”, capaz de fazer os cálculos necessários para elaborar uma tabela de logaritmos. O nome da máquina derivou de uma técnica de matemática abstrata, o método das diferenças. Com o incentivo da Sociedade, ele continuou a trabalhar no aperfeiçoamento da máquina, mas o projeto excedeu em orçamento e tempo na sua construção e acabou sendo cancelado.

Após a inacabada máquina diferencial, em 1837, Charles Babbage anunciou um projeto para construção da Máquina Analítica com ajuda da condessa Ada Lovelace, filha de Lord Byron. Influenciado pelo tear de Jacquard, Babbage propôs uma máquina de propósito genérico, utilizando uma programação através de cartões perfurados. Ada era uma matemática talentosa e criou os primeiros programas com cartões perfurados, tornando-se a primeira programadora do mundo.

Posteriormente,  Herman Hollerith utilizou a ideia de cartão perfurado para processar dados do censo de 1890 dos Estados Unidos. O sucesso com os resultados obtidos, levou Hollerith a procurar generalizar o uso dela para aplicações comerciais.

Hollerith começou seu próprio negócio em 1896, quando fundou a Tabulating Machine Company. Os maiores centros de censo do mundo alugavam seus equipamentos e compravam seus cartões, assim como as companhias de seguros. Para fazer seu sistema funcionar, inventou o primeiro mecanismo de cartões perfurados, permitindo um operador treinado processar 200 a 300 cartões por hora.

Em 1911, quatro corporações, incluindo a firma de Hollerith, se fundiram para formar a Computing Tabulating Recording Corporation. Sob a presidência de Thomas J. Watson, ela foi renomeada para IBM – International Business Machines.

No início dos anos 50, a IBM passou a utilizar os cartões perfurados como uma das principais formas de entrada de dados e armazenamento de informações. Os cartões continham informações digitais representadas pela presença ou falta de furos em posições predefinidas. Em 1958 as perfuradoras de cartões já tinham um teclado incorporado, onde os programadores digitavam a linha de comando com instruções e ao apertar a tecla ENTER,  o cartão era perfurado. Cada cartão representava uma linha com dados ou instruções que poderia ter até 80 caracteres.

Curiosidades:

  • Em 1979, o departamento de defesa dos Estados Unidos nomeou uma linguagem de programação como “Ada”, em homenagem a Ada Lovelace;
  • Em 2009, foi criado o Ada Lovelace Day, comemorado toda segunda terça-feira de outubro, para incentivar mulheres na ciência.

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